Cooperativa de Saúde e de Trabalho em Psicologia

Bola de Natal

Família do Paciente com Depressão

Sabemos que a Depressão é uma doença que se constitui por meio de vários sintomas. Mas como agir diante daquele parente que apresenta alguns sinais de Depressão? Que providencias tomar quando a pessoa em questão parece rejeitar ajuda? A recusa por auxílio pode acontecer porque a pessoa com Depressão sente-se culpada. Mesmo sabendo que necessita de ajuda, é acometida por um desconforto ao sentir que o seu estado compromete a dinâmica familiar.

A culpa, a inadequação, a sensação de fracasso e de que nada vale a pena são alguns dos sentimentos característicos da doença. Portanto, não fique esperando que o doente peça ajuda. Também não desanime caso não demonstre gratidão ou mesmo alegria por você estar ao lado dele fazendo o seu melhor. Por algum tempo você terá que passar por cima de seu orgulho ferido e continuar demonstrando apoio.

Todavia, demonstrar apoio não é cobrar ou exigir uma melhora, é simplesmente se colocar à disposição. Existe uma tendência a julgar a pessoa com Depressão, pelo fato dela, muitas vezes, não conseguir desempenhar o papel que lhe cabe na família, talvez até porque desejamos uma rápida melhora ou por não sabermos como agir com o doente. O ideal seria desvincular a pessoa do papel que ela desempenha, como por exemplo, uma mãe que esteja em Depressão. Pode não ser muito coerente que a família continue exigindo que ela desemprenhe suas funções da mesma maneira que antes, pois isso poderá agravar o quadro de culpabilidade e sentimento de inadequação.

A energia, a disposição, o ânimo do paciente com Depressão é débil, quase inexistente, e por isso geralmente preferem atividades de pequena duração e que já conheçam. Mas claro que há exceções. Vez ou outra desperta no paciente uma vontade de fazer algo novo, que pode ser um desejo que nunca se proporcionou, como por exemplo, ver o mar. Então a pessoa tem este sonho, mas fica se convencendo de que não pode: por falta de tempo, de dinheiro ou porque não é prioridade. O tempo passa e a pessoa consegue realizar apenas as suas obrigações, mas abdica de suas vontades e de tudo aquilo que poderia lhe trazer um bem estar.

Tudo o que não foi feito para si mesmo, pode pesar na alma e trazer algum desconforto, um vazio interior, um arrependimento ou uma falta. Por esse motivo, talvez, o paciente com Depressão prefira passar boa parte do tempo quieto, isolado e inativo. Como se procurasse em suas memórias em qual momento foi que se abandonou. Esse é um processo muito importante, mas que costuma ser mais eficiente com a ajuda de um Psicólogo, a fim de identificar e ressignificar os fatos mais angustiantes e auxiliar na aquisição de uma nova atitude frente à vida.

Rosa A. Lanfredi

Psicóloga Clínica

CRP: 06/ 62333